Agiotas distribuem panfletos oferecendo empréstimos com juros de 40% para motoristas de app e cobram multas diárias de até R$ 70

Polícia detalha combate ao crime de agiotagem no Piauí Entre novembro e dezembro, 17 pessoas apontadas como agiotas foram presas no Piauí, em duas fases da O...

Polícia detalha combate ao crime de agiotagem no Piauí Entre novembro e dezembro, 17 pessoas apontadas como agiotas foram presas no Piauí, em duas fases da Operação Macondo. Os grupos agem com abordagens distintas, incluindo panfletagem em pontos comerciais e até em sinais, indicando contatos para os "acordos". O g1 recebeu imagens de um desses panfletos. Na oferta, o empréstimo é direcionado para motoristas por aplicativo com uma taxa de juros de 40% em 20 dias. ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp O número disponível para contato, ao ser procurado, envia uma mensagem padrão detalhando as etapas para a realização do empréstimo, incluindo documentos específicos como o: 'resumo fiscal do mês anterior no app' e o print do perfil do motorista no aplicativo. Prints e panfletos mostram a ação de agiotas no Piauí Reprodução O contato usou como exemplo a liberação do valor de R$ 1.000. de acordo com a mensagem, o valor deveria ser pago em 20 parcelas diárias de R$ 70, iniciadas um dia após o acordo, totalizando o pagamento de R$ 1.400. Ainda é descrito na mensagem que há uma multa para o caso do pagamento ser feito após às 18h e outra ainda maior caso passe de meia-noite. "Pagamento após as 18:00 h, gera multa de R$20, e caso passe da meia-noite, a diária é dobrada.", escreveu o suposto agiota na mensagem. Entre as exigências feitas aos motoristas de aplicativo interessados no empréstimo, estão: Nome, telefone, referência familiar, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) atualizada, comprovante de residência, selfie segurando a CNH, tela do perfil pessoal no aplicativo e resumo fiscal do mês anterior no aplicativo. O motorista precisa comprovar uma renda superior a R$ 3.500. Em entrevista à Rede Clube, uma vítima que preferiu não se identificar destacou que acumulou uma dívida de cerca de R$ 30 mil com agiotas. "É um dinheiro que não se deve ter. Hoje, eu falo para os motoristas de aplicativo não se envolverem. Uma vez dentro, é muito difícil sair. É como se a pessoa fosse usuária de crack. Começou com R$ 300, e aí eu fui me enrolando, me enrolando, pedindo pra um, pedindo pra outro, agiota, pedindo pra um pra pagar o outro, terminou nessa situação", contou. Operação Macondo Polícia Civil prende casal suspeito de agiotagem e Justiça bloqueia R$ 5 milhões Um homem e uma mulher colombianos foram presos na segunda fase da Operação Macondo, na quinta-feira (11), em Teresina. A Justiça bloqueou R$ 5 milhões das contas deles. A investigação da SSP indicou que eles gerenciavam o sistema de cobranças de dívidas com juros de mais de 30%. Segundo o delegado Felipe Bonavides, coordenador da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (Feisp), os suspeitos moravam no Chile após saírem da Colômbia e estão no Brasil há cerca de seis anos. "Eles estão em uma posição superior aos presos na primeira fase, os chamados targeteiros e também os cobradores. A gente identificou que eles gerenciavam essas pessoas e tinham um padrão de vida um pouco mais elevado que os demais", iniciou o delegado. Ainda segundo o coordenador da Feisp, após a primeira fase da operação, que prendeu 14 colombianos e um venezuelano em 11 de novembro, a SSP identificou outros envolvimentos e recebeu novas denúncias. "Nós temos casos de ameaça, extorsão, casos de homicídio e até pessoas que cometeram suicídio após as cobranças insistentes e abusivas dessas pessoas. Tudo é formatado de uma maneira para manter a pessoa presa nesse ciclo de dívida eterna. Todas essas denúncias estão sendo apuradas e vão desencadear ações em Teresina e em todo o Piauí", disse Felipe Bonavides. Como proceder após realizar dívidas com agiotas? O delegado Yan Brayner orientou que o ideal é não entrar em esquemas de empréstimos informais, devido aos sérios riscos, mas que a vítima deve buscar auxílio imediato da polícia após sofrer uma primeira ameaça. Ainda de acordo com o diretor de Inteligência, quem se sentir ameaçado deve procurar delegacias para registrar o crime e auxiliar na identificação do suspeito ou realizar um boletim de ocorrência através do B.O Fácil. Para utilizar o serviço, a população deve entrar em contato com o número 0800 086 0190 pelo WhatsAppp. VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube