MP pede prisão preventiva de Lokinho e cita risco de interferência na investigação de acidente que matou duas mulheres em Teresina

Influenciador é réu pelo acidente que matou duas mulheres e feriu duas crianças em outubro deste ano. Ele e o namorado Stanlley Gabryell respondem pelos crim...

Influenciador é réu pelo acidente que matou duas mulheres e feriu duas crianças em outubro deste ano. Ele e o namorado Stanlley Gabryell respondem pelos crimes de duplo homicídio e lesão corporal grave com dolo eventual. Stanlley Gabryell (de boné) e o Influenciador Lokinho (de cabelo loiro), réus por acidente que matou duas mulheres na BR-316, em Teresina Reprodução O Ministério Público do Piauí (MPPI) pediu à Justiça, na última terça-feira (11), a prisão preventiva do influenciador Pedro Lopes Lima Neto, conhecido como “Lokinho”. Ele é réu pelo acidente que matou duas mulheres e feriu duas crianças na BR-316, em Teresina, em outubro deste ano. No pedido, o MP citou o risco de interferência na investigação do caso – inclusive com a ocultação de provas. ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp Lokinho responde em liberdade pelos crimes de duplo homicídio e lesão corporal grave com dolo eventual. O g1 tentou, mas não conseguiu contato com a defesa do influenciador, que mudou recentemente. O promotor Ubiraci de Sousa Rocha, da 14ª Promotoria do Júri de Teresina, afirmou que há indícios de que Lokinho pode interferir na investigação do caso caso permaneça solto. Ele diz ainda que a liberdade pode comprometer a “coerência da lei”, já que o namorado do influenciador, Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa, está preso preventivamente desde o dia do atropelamento. Stanlley também é réu pelos mesmos crimes atribuídos a Lokinho, mas foi preso por ser quem estava no volante do carro. “Considerando que o co-réu Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa encontra-se preso preventivamente, a liberdade de Pedro Lopes Lima Neto poderia comprometer a coerência da aplicação da lei e a eficácia da instrução processual. Há indícios de que o acusado poderia interferir na apuração dos fatos, como indicam os relatos e vídeos que sugerem trocas de posição dentro do veículo”, escreveu o promotor. Compartilhe esta notícia no WhatsApp Compartilhe esta notícia no Telegram Além disso, o Ministério Público apontou que o acidente provocou forte comoção social e até uma situação de violência no local - um mecânico que tentou ajudar as vítimas foi morto a tiros em meio a um tumulto. Assim, para o MP, a liberdade de Lokinho pode causar "insegurança e intranquilidade na sociedade". "A prisão preventiva é essencial para garantir que o acusado compareça aos atos processuais, especialmente considerando o tumulto gerado no local do acidente e o risco de novas perturbações à ordem social", complementou o promotor. Caso a Justiça determine a prisão preventiva, o influenciador será enviado ao sistema penitenciário, onde deverá aguardar a audiência de instrução e julgamento, que ainda não tem data para acontecer. Seu namorado, Stanlley, está detido na Cadeia Pública de Altos. Lokinho foi preso três dias após o acidente durante a Operação Jogo Sujo II, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Ele ficou detido por dez dias suspeito de divulgar jogos de azar ilegais nas redes sociais, mas foi solto após a expiração do prazo da prisão temporária. Laudo indicou mudança de faixa PRF conclui laudo pericial sobre acidente com influencer em que duas mulheres morreram O laudo pericial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre o acidente concluiu que Stanlley Gabryell, que dirigia o carro do namorado Lokinho, mudou de faixa e atropelou as pedestres. Segundo a polícia, a atitude comprova o dolo eventual e negligência na direção. De acordo com o inspetor Isaías Segundo, da PRF, a perícia fez uma análise no local do acidente e nos vídeos coletados para determinar a dinâmica do atropelamento. Na mudança de faixa, o carro passou da esquerda para a direita sem nenhum elemento à frente que forçasse a manobra. “Os pedestres estavam no bordo da pista, fazendo o trajeto na contramão do fluxo, de forma correta, preconizada pela legislação de trânsito, quando foram atropelados”, afirmou o inspetor. O delegado Carlos César, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Trânsito (DRCT), observou que a mudança de faixa sem necessidade demonstra uma “direção sem objetividade e com negligência”. Ele relembrou que Stanlley não tinha habilitação para dirigir, assim como Lokinho, e assumiu o risco de causar o acidente. Inconsistências em depoimento Delegado ouve envolvidos em acidente que vitimou duas mulheres na BR-343 Os réus foram ouvidos em 15 de outubro pelo delegado Carlos César, que indiciou Stanlley por homicídio doloso e lesão corporal dolosa e Lokinho por entregar a condução do veículo a pessoa não habilitada. Conforme o delegado, Stanlley dirigiu o carro mesmo sem habilitação, mas um dos vídeos obtidos pela polícia mostra tanto ele como Lokinho saindo pela porta do motorista após o acidente. O namorado de Lokinho sai primeiro e, minutos depois, é a vez do influenciador. Questionados sobre isso, os réus disseram que o influenciador estava no banco do carona, mas, depois do atropelamento, passou para o banco do motorista para manobrar o carro para fora da rodovia, já que estava no meio da pista. Ainda segundo o delegado, outros vídeos que capturaram que o carro trafegava de forma estranha pela pista, antes do atropelamento. Sobre isso, os dois não conseguiram explicar o que houve. "Outro vídeo mostra, a cerca de 50 metros antes do local do atropelamento, o veículo freando e mudando de faixa bruscamente, minutos antes do acidente. Queríamos saber se houve algum acontecimento dentro do carro que tivesse propiciado o crime. Nesse momento, os interrogados, disseram que não sabiam explicar, deram respostas meio vagas", afirmou o delegado Carlos. Vídeo do acidente Momento do acidente que deixou duas mulheres mortas e outras pessoas feridas na BR-316 Imagens de câmera de segurança registraram o momento em que duas mulheres morreram e duas crianças ficaram feridas vítimas de um atropelamento na BR-316, no bairro Santo Antônio, Zona Sul de Teresina. No vídeo, é possível ver cinco pessoas, uma delas levando um bebê de colo, caminhando na beira da via. Em determinado momento, duas delas se afastam no grupo, e no instante seguinte, a caminhonete atropela as demais: duas mulheres, uma menina de 11 anos e a bebê de dois anos. As vítimas do acidente foram Marly Ribeiro da Silva, de 40 anos, que morreu em uma ambulância a caminho do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e Kassandra de Sousa Oliveira, que faleceu no local do acidente. A filha de Kassandra, Maria Suely Oliveira Rocha, de 11 anos, está em coma e respirando por aparelhos, enquanto a irmã da garota, Maria Alice de Sousa Oliveira, de dois anos, teve ferimentos leves e foi liberada do hospital. Vídeo mostra atropelamento que matou duas mulheres e feriu crianças na BR-316 Reprodução Morto baleado Após o atropelamento, houve um tumulto no local do acidente e o mecânico Tiago Henrique do Nascimento, de 38 anos, que havia descido de seu veículo para tentar ajudar as vítimas, foi baleado e morto. Em um vídeo, Tiago aparece em luta corporal contra dois homens, e um deles dispara um tiro na direção dele. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ainda outra situação no local, onde uma mulher foi atingida por outro tiro. No domingo, um revólver calibre 32 foi apreendido próximo ao local, após ter sido arremessado sobre peças de sucata que ficam às margens da rodovia. Já na segunda-feira (7), um policial militar se apresentou ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e entregou outra arma. Ele é suspeito de balear e matar Tiago Henrique. Agora, as duas armas (a encontrada no local e a entregue pelo PM) serão periciadas pela Polícia Civil, que investiga o caso. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ainda outra situação em qu uma mulher foi atingida por outro tiro Reprodução 📲 Confira as últimas notícias do g1 Piauí 📲 Acompanhe o g1 Piauí no Facebook e no Instagram e no X VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube