Prefeitura de Teresina gasta R$ 25 mi com pagamento de empréstimos, diz secretário de Finanças na CPI da Dívida

A comissão investiga a denúncia de um déficit de R$ 3,6 bilhões deixado pela administração anterior da Prefeitura. O ex-prefeito nega as acusações feita...

A comissão investiga a denúncia de um déficit de R$ 3,6 bilhões deixado pela administração anterior da Prefeitura. O ex-prefeito nega as acusações feitas pela atual gestão. Secretário de Finanças de Teresina é o primeiro a depor na CPI da Dívida Bilionária Eric Souza A Prefeitura de Teresina gasta, por mês, cerca de R$ 25 milhões para pagar empréstimos feitos pela gestão, segundo o secretário municipal de Finanças, Edgar Carneiro. O secretário foi o primeiro convocado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a denúncia de uma dívida de R$ 3,6 bilhões deixada pela administração anterior da Prefeitura de Teresina. Edgar Carneiro, secretário de Finanças de Teresina Gustavo Viana/Semf ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp Diante dos vereadores, Edgar afirmou que já há recursos para pagar alguns contratos incluídos na dívida total, mas o reembolso ainda não foi feito. "Só ao Banco do Brasil foram pagos R$ 34,5 milhões. Dá em torno de R$ 25 milhões por mês o pagamento dos empréstimos", declarou o gestor. Além dos empréstimos, o secretário de Finanças citou os restos a pagar de dezembro de 2024 — despesas autorizadas, mas não pagas até o último dia daquele ano. De acordo com Edgar, a Prefeitura de Teresina já pagou R$ 125 milhões desses restos, que totalizam R$ 480 milhões. O secretário apontou ainda que uma comissão está analisando parte dos mais de 3 mil processos enviados ao Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI), que os devolveu à gestão municipal. "Mais de um terço já foi analisado. A Controladoria-Geral do Município (CGM) está assessorando. A gente tem esse relatório parcial e será apresentado à Secretaria de Finanças (Semf) esta semana", revelou. Veja o detalhamento da dívida apresentada pela atual gestão da PMT: Dívidas com curto prazo para pagamento (R$ 1,1 bilhão): Valores parcialmente não pagos; Depósito consignado; Despesas de exercícios anteriores; Terceirizados; Coleta de lixo. Dívidas com maior prazo para pagamento (R$ 1,8 bilhão): Parcela de empréstimo junto ao Banco do Brasil; Parcela de empréstimo junto ao Banco de Brasília; Parcela de empréstimo junto à Caixa Econômica; Parcela de empréstimo junto ao Banco Mundial; Parcela de empréstimo junto ao Banco Andino (CAF); INSS; FGTS; Parcelamento do IPMT. Dívidas referentes à Fundação Municipal de Saúde (FMS): R$ 110 milhões; Valor total: R$ 3,6 bilhões. Próximos depoimentos Além de Edgar Carneiro, os vereadores planejam convocar os seguintes depoentes: Marcos Elvas, secretário municipal de Administração; Marco Antônio Ayres, secretário municipal de Planejamento; Charles da Silveira, ex-presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS). A CPI foi aprovada no início de junho e é presidida pelo vereador Dudu (PT). O relator é o vereador Fernando Lima (PDT) e os membros são Luís André (PL), Daniel Carvalho (MDB) e Juca Alves (PRD). Os suplentes são João Pereira (PT) e Fernanda Gomes (Solidariedade). Essa é a segunda comissão instalada atualmente na Câmara. A outra, chamada de CPI do Lixo, pretende apurar o contrato firmado entre a Prefeitura de Teresina e o consórcio responsável pela coleta de lixo. As atividades dela ainda não começaram. Outra CPI, que investigou os serviços prestados pela Águas de Teresina na capital, foi concluída em 1º de julho. O relatório final pediu a redução da taxa de esgoto de 80% para 60% e a suspensão de cobranças a casas não ligadas à rede de esgotamento. CPI do 'Rombo': vereadores querem esclarecer origem da dívida de R$ 3,6 bi Nomeações e despesas suspensas O prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), informou, em 16 de maio, que o município tem uma dívida de R$ 3,6 bilhões e, por isso, estão suspensas nomeações e novas despesas. Silvio afirmou ainda que irá procurar órgãos de controle para averiguação das contas municipais. Segundo o gestor, a crise deve se estender até o próximo ano. “Estão suspensas qualquer nomeação, de qualquer natureza. Tem que ser muito indispensável para poder ser autorizado. Qualquer despesa nova está proibida. É tempo de vaca magra", declarou o prefeito. Ex-prefeito nega dívida Dr. Pessoa (PRD), ex-prefeito de Teresina Izabella Lima/g1 Após o prefeito Silvio Mendes (União Brasil) anunciar a existência de uma dívida bilionária deixada pela gestão anterior, o ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (PRD), negou ter deixado o débito e declarou que irá acionar a Justiça. “Ele tem que mostrar [os documentos] para a Câmara, para o Tribunal de Contas e assim sucessivamente. Lá é que vamos verificar o que fizemos e o que não fizemos. Não tive experiência, reconheço a falta de experiência política, mas se eu dever, vou pagar, dentro do olhar da Justiça. Cuide da administração e deixe de fazer fanfarra com o meu nome", disse o ex-prefeito. 📲 Confira as últimas notícias do g1 Piauí 📲 Acompanhe o g1 Piauí no Instagram e no X VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube